BIA-ALCL

O linfoma anaplásico de grandes células associado a implantes mamários é um tipo raro de linfoma não Hodgkin de células T, descrito pela primeira vez em 1997. Desde então, outros casos foram reportados sendo que, em 2011, a FDA reconheceu o BIA-ALCL como uma entidade patológica própria, tendo dado recomendações à comunidade médica mundial como orientar este novo grupo de doentes. Este linfoma não Hodgkin, associado a células T tem, como característica, a expressão da proteína CD30 na sua superfície e ausência de expressão do recetor ALK tirosina, tendo um comportamento indolente.

A NCCN (National Comprehensive Cancer Network) desenvolveu, em 2016, linhas de orientação para o diagnóstico e tratamento, adotadas posteriormente pela ASPS (American Society of Plastic Surgeons) e ASAPS (American Society of Aesthetic Plastic Surgery), sendo consideradas, neste momento, o gold standard para diagnóstico e tratamento (Tabela 1). Em 2016, foi incorporado na quarta edição da Classificação de Linfomas da Organização Mundial de Saúde como entidade específica.
A sua incidência e prevalência mundial estão associadas a fatores mal definidos como: casos não reportados, história clínica e follow up pós-implantes mamários incompletos ou insuficientes, e histologias não confirmadas.

Na tentativa de aglomerar o número de casos mundial, a ASPS e a FDA criaram uma base de dados: PROFILE (Patient Registry and Outcomes for Breast Implants and ALCL Etiology and Epidemiology) para notificação dos casos. O comité científico para a saúde e ambiente da comissão europeia SHEER (Scientific Committee on Health, Environmental and Emerging Risks) Promove, também, a recolha de dados de casos de BIA-ALCL de todos os estados-membros. Existem outros registos nacionais ou multinacionais europeus, como o COBRA, e a SPCPRE tem lutado para que se crie um registo único europeu de declaração obrigatória.

Atendendo às características da doença, que surgem de forma insidiosa e indolente, só poderemos conhecer a sua verdadeira dimensão se, em todas as pacientes portadoras de próteses mamárias com seromas tardios ou de repetição, ou nos casos de contratura capsular persistente, forem realizados o exame citológico/histológico, e pedida a imunofenotipagem por suspeita de BIA-ALCL.

Os casos confirmados em Portugal devem ser reportados através do formulário
disponível online em:

https://forms.gle/C1MTxttEc4bZP53Z9

(ou preenchendo o formulário anexo e enviar para: bia.alcl.portugal@gmail.com )

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